Possivelmente a resposta para essa pergunta é: depende do
grau de intervenção ou contrate os três profissionais. Muitas pessoas
ainda confundem a formação de cada uma dessas profissões, mas elas são bem
distintas, embora totalmente relacionadas. A ideia aqui é que você conheça mais
a fundo cada uma delas e saiba a qual profissional recorrer quando precisar de
algum serviço relacionado à construção, urbanismo ou ambientação.
Um ENGENHEIRO CIVIL tem 80% da sua formação em cálculos
estruturais e precisa conhecer a fundo todas as etapas de projetos de
construção de casas, prédios, estradas, pontes, viadutos, entre outros. O foco
dessa profissão é na estrutura, no peso, nos materiais construtivos e na
segurança da edificação. A ciência exata é a base do curso de engenharia civil.
Existem mais de 30 tipos de curso de engenharia no mercado.
Projeto arquitetônico: AEArquiteturaeEngenharia |
O ARQUITETO aprende na faculdade a pensar nas formas, na
estética de um prédio residencial ou comercial, nos espaços urbanos, sem
ignorar os aspectos técnicos, históricos, ambientais e culturais. É uma ciência
humana. Ou seja, enquanto o arquiteto pensa no projeto, no desenho
arquitetônico, o engenheiro deve se preocupar com a estrutura e encontrar
maneiras de viabilizar a ideia concebida pelo arquiteto. É um trabalho de
parceria, embora as rixas existam.
O DESIGNER DE INTERIORES, embora o nome seja relativamente
recente, é um profissional tão antigo quanto o próprio arquiteto. Digamos que o
designer é a evolução do decorador. A grande diferença é que o ato de projetar
e planejar ambientes tornou-se algo reconhecido pela academia, modernizado,
ampliado e especializado por meio de cursos de graduação: tecnólogo ou
bacharel. Cabe a esse profissional pensar de fato no interior de uma edificação
projetada por um arquiteto: na funcionalidade e maior qualidade de vida para as
pessoas que vão morar ou trabalhar ali, no tipo de iluminação mais adequada, cores,
materiais, mobiliário etc. Em um curso de design de interiores, o aluno cursa
disciplinas como luminotécnica, mobiliário, desenho e especificação, ergonomia
aplicada ao ambiente, revestimentos, entre outras que são específicas desse
curso, ou seja, não são ministradas nem no curso de arquitetura e urbanismo,
muito menos em um curso de engenharia.
CASA NOVA
Bom, com o papel de cada um definido fica mais fácil decidir
a quem recorrer. Ou seja, se a pessoa vai construir uma casa do zero ou algo
parecido vai precisar necessariamente do engenheiro e do arquiteto. Há quem
pense que contratando só um arquiteto resolverá todos os seus problemas. Erro
grave. O papel do engenheiro é fundamental nos cálculos de qualquer edificação
e o arquiteto não pode, nem deve se responsabilizar por essa parte. Já tem
gente que opta apenas pelo engenheiro. E é o que acontece com aquelas casas
tipo caixote, quadradas, básicas, sem cuidados maiores com a forma, pois,
afinal, o engenheiro não estudou para isso.*
Em um projeto de arquitetura, além de desenhar a forma externa/interna
que essa edificação terá, seu funcionamento, estética e conforto, o arquiteto
deve pensar minimamente nos espaços internos, de preferência criando não só uma
planta baixa, mas um layout básico que atenda a necessidade de banheiros,
quartos, salas, etc. É preciso estabelecer a relação daquela casa com a rua,
com a arquitetura da cidade, verificar a disposição das janelas para a questão
da ventilação e a utilização do imóvel.
Projeto de Design de Interiores: Verônica Macedo |
Agora, se o cliente quiser algo mais elaborado na parte do
interior vai precisar do designer de interiores, pois é a esse
profissional que cabe levantar o programa de necessidades dos moradores, planejando
algo mais próximo possível da necessidade daquele cliente, aliando
funcionalidade e estética e buscando soluções adequadas para problemas de
espaço, iluminação, cores, mobiliário, acabamentos... o designer trabalha com o
INTERIOR, ou seja, com uma estrutura arquitetônica já criada.
A figura do decorador ainda existe, embora a maioria não
tenha um curso de formação específico e tenha se estabelecido no mercado por
seu “feeling” para o belo, para o bonito, embora saibamos que gosto é algo
muito relativo. Essa pessoa pode fazer uma mudança dentro de um ambiente e
trabalhar com a parte decorativa como o próprio termo diz, mas sem derrubar
nenhuma parede.
*Por fim, não podemos ignorar aqueles profissionais que
acumulam funções. Mesmo sendo muito difícil encontrar, eu particularmente
conheço um engenheiro que adora arquitetura e é bom nas duas áreas. Mais comum
ainda são arquitetos que também trabalham com decoração de interiores. Esses
profissionais estão há mais tempo no mercado, quando ainda não existia o curso
de graduação de design de interiores no Brasil e por isso foram aprendendo nos
erros e acertos, sem uma formação acadêmica adequada. O lado ruim disso é que a
maioria deles ainda trabalha pensando apenas no belo, na forma, sem aliar à
funcionalidade. Um exemplo básico: colocar uma iluminação porque é bonita, mas
sem adequar à verdadeira necessidade do cliente, tanto econômica, quanto de
utilidade. Escolher um móvel caro porque é assinado, mas sem preocupação com o
conforto do cliente ou pior querer impor totalmente “seu gosto” ao do cliente,
o que infelizmente ainda acontece e muito... Enfim, não respeitar e perceber que
o cliente é quem vai morar ou trabalhar ali e que o profissional foi contratado
para servir de ponte entre o que ele precisa e aquilo que ele ainda não sabe
tão bem que precisa ou que gosta... sim, é ao designer de interiores que cabe
esse trabalho.
E agora, você vai reformar? Vai ampliar a casa ou prédio comercial? Então vai precisar do engenheiro e do arquiteto. Quer apenas propor mudanças internas dentro da sua casa ou apartamento? Um designer consegue resolver seus problemas. Precisa de uma decoração de um cômodo, sem intervenções de qualquer natureza? Um decorador pode te ajudar com isso.
Ufa, esse post foi longo, mas espero ter conseguido esclarecer um pouco sobre o papel de cada profissional e que você possa fazer a escolha certa para o
trabalho que procura. Boa sorte!
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